17 junho, 2010

Chefes auxiliares


...ser avaliado... por auxiliares de enfermagem/assistentes operacionais (AO). Esta não é a primeira vez que falo das AO e como já referi não concordo com a sua existência. A grande maioria dos chefes que "tenho apanhado" estabelece uma relação (a meu ver) estranha com as AO; as AO são os "radares do chefe" (expressão de um anterior chefe) que observam e avaliam os enfermeiros, para depois relatar ao chefe. Esta inversão não me cabe na cabeça e pergunto-me como é possível que uma AO avalie o desempenho de um enfermeiro, se não tem qualquer formação em enfermagem. Os tais chefes obviamente não admitem directamente isto e as AO regozijam-se com o "estatuto" que lhes é atribuído e com a protecção que os chefes obviamente passam a dar aos seus "radares/espiões". Noto ainda que tendem a vê-las como "coitadinhas", feitas de empregadas ou escravas pelos mauzões dos enfermeiros, acredito que esta visão venha de tempos antigos em que os referidos chefes estavam na prestação directa de cuidados e elas seriam assim tratadas. Pergunto-me se eu tenho tido azar com os chefes/AO ou se esta situação é geral.

08 junho, 2010

Como? Porquê?


...preocupar-se demais com o "como" (advérbio) e de menos com o "porquê". A grande maioria dos enfermeiros (que eu conheço) preocupa-se em saber como executar as técnicas, mas atrapalham-se todos quando lhes é questionado o porquê de as executar, uma vez que o fazem "porque sim... porque me ensinaram assim... porque os outros também fazem". Nós não somos meros técnicos de saúde a quem só importa a técnica. Podíamos formar facilmente qualquer pessoa para executar as técnicas, como aliás fazemos aquando dos ensinos aos cuidadores, sendo que o que nos distingue é o conhecimento por trás das técnicas, o referido "porquê" e só este conhecimento nos pode trazer a autonomia na nossa prática; se soubermos porque estamos a fazer isto ou aquilo e porque o fazemos dessa forma e não de outra, se actuarmos de forma fundamentada, ninguém nos conseguirá descredibilizar. Um bem haja aos enfermeiros que incutem nos potenciais futuros colegas este espírito critico, esta capacidade reflexiva, este "thinking outside the box", para que no futuro da enfermagem o nosso valor enquanto profissionais licenciados não seja questionado e não tenha de ser exigido com greves.