29 julho, 2010

Teoria económica


...criar teorias sobre algo sobre o qual nem se percebe muito. Apesar dos meus parcos conhecimentos em economia, num daqueles momentos de reflexão, surgiu-me uma teoria sobre a actual crise económica. Teorizo assim que a origem da crise económica mundial, antes de petróleos, de flutuações de moeda, crises imobiliárias, créditos, hipotecas e não sei que mais explicações está em algo mais básico e ao mesmo tempo mais difícil de mudar. Porque temos nós de trabalhar (e para isso nos pagam)? Para produzirmos os produtos, bens e serviços que precisamos; com a evolução tecnológica, é preciso cada vez menos trabalho humano para a necessária produção dos mesmos, o que significa que as pessoas deviam trabalhar cada vez menos, sendo que se passa o inverso, com as pessoas a trabalhar cada vez mais horas diariamente e durante mais anos (antes de se reformarem), o que leva a um inevitável aumento do desemprego, que a meu ver não é mau (se se mantiver a necessária produção); assim, sendo que o cada vez menor trabalho não é distribuído por todos, quem ficar com ele vai dividir o dinheiro que ganha com aqueles que não trabalham, daí a imagem negativa do desemprego que seria inexistente se o trabalho necessário fosse melhor distribuído. Por outro lado, os vendedores dos produtos, bens ou serviços, mantendo o preço de venda e baixando o custo de produção por precisarem de menos mão-de-obra vão ficando cada vez mais ricos, levando a que o fosso entre estes (ricos) e os trabalhadores e os desempregados (pobres) aumente. Julgo então que enquanto não for feito nada para mudar o funcionamento básico deste ciclo económico, as crises por uma razão ou por outra vão ser inevitáveis. A menos que alguém com mais conhecimentos em economia que eu detectar alguma falácia na minha teoria, vou continuar a acreditar nela; se esta teoria não é inovadora, lamento mas não me dei ao trabalho de pesquisar isso. Quanto à enfermagem, de uma coisa tenho a certeza, cada vez será preciso menos mão-de-obra, desengane-se quem pensa o contrário.

12 julho, 2010

Escala de valores


...avaliar e ser avaliado. Começou desde que entrei para a escola, quando comecei a ser avaliado e não terminou agora que já o não sou (por enquanto), tendo apenas mudado de lado, passando de avaliado a (potencial) avaliador. Desde então sempre me meteu confusão o uso que os avaliadores fazem da escala de avaliação que teoricamente vai de 0 a 20 (por exemplo), mas que depois é restringida até 17 ou 18 valores porque "o 20 é para Deus, o 19 para o avaliador e o 18 para o aluno ou nem isso"; ou então "para ter 20 tem de ser excelente em tudo e isso é impossível". Esta é mais uma daquelas "faltas de visão" que realmente me irrita e me leva a discutir com as pessoas, em discussões perdidas porque as pessoas não admitem que estão erradas, ainda que "contra factos não haja argumentos" e sempre me levaram a perguntar porque querem os avaliadores ficar "com as notas para eles". Se a escala é de 0 a 20, isso significa que desde o 0 até ao 20, todos os valores são para o aluno, sem qualquer margem para dúvidas ou discussões possíveis. Por outro lado, para "ter 20" não é preciso ser excelente em tudo e melhor até que o avaliador (ainda que tal não seja impossível); numa avaliação, existem objectivos a atingir pelo avaliado e se estes forem atingidos na plenitude a única avaliação possível será a máxima (20), podendo até o avaliado ser péssimo nalgum aspecto que o avaliador ache importante, mas que não influencia nenhum dos parâmetros a ser avaliado. Assim, para mim, a escala de avaliação será sempre usada em toda a sua extensão e não tenho nenhuma objecção em atribuir a nota máxima ao avaliado que atinja a plenitude doa objectivos e a nota mínima àquele que não os atinja minimamente. Para terminar, recordo só "a teoria" de um professor meu durante o curso de enfermagem que não atribuía mais que 14 aos seus alunos pois essa era a sua a média final de curso (de medicina) e não havia nenhum aluno melhor que ele; se agora até dá alguma vontade de rir, na altura não sei o que faria se concedesse livre arbítrio à minha vontade.

03 julho, 2010

GAP


...querer inovar. Surgiu-me esta ideia fruto da necessidade. E se... criassem em todos os locais de atendimento ao público (inclusivamente instituições de saúde) um Gabinete de Atendimento à Pessoa? Enquanto cliente, perco várias vezes a paciência (que até há quem diga ser de santo) quando estou numa fila à espera de ser atendido, por vezes com pressa e a pessoa (normalmente reformada) à minha frente decide estabelecer um diálogo com o funcionário para desabafar, para passar algum tempo (que certamente tem de sobra) sem querer saber de quem continua à espera de ser atendido. Ciente da importância que estes diálogos poderão ter para muitas pessoas, mas também do facto de haver outras pessoas à espera e do funcionário não estar lá para "isso", sugiro então a criação de um gabinete onde essas pessoas que precisam de desabafar coisas da sua vida sejam encaminhadas e onde está alguém designado para o efeito. Enquanto profissional, seria também muito útil para poder trabalhar sem ser interrompido (normalmente pelas visitas) evitando quebras de pensamento e de actividades, com consequências que podem ser mais ou menos graves. Já sei que haverá quem não concorde com isto, pela importância que tem o contacto com as visitas, com os familiares, mas eu não quero retirar tal importância, distingo é os contactos realmente importantes para os meus cuidados daqueles que não têm qualquer importância, sobretudo quando isso rouba tempo aos cuidados que os doentes realmente necessitam. Fica a sugestão, quem sabe um dia...