13 agosto, 2012

A vendilhona (pouco) misteriosa



...tentar descobrir o mistério de uma grande vendilhona. Já antes tinha falado do assunto de forma genérica, mas agora vou comentar um caso em concreto, uma enfermeira directora de um hospital do Porto (que dizem ser parecido com o Santa Maria). Esta misteriosa senhora, entrou para o cargo na altura do governo socrático e o grande mistério é ainda o manter depois da "mudança de cor" ocorrida (após umas demissões e readmissões polémicas). Afinal que "camisola veste" esta individualidade? Rosa ou laranja? Nem uma nem outra, tendo em conta que foi candidata (suplente) à assembleia de freguesia de Moreira da Maia pelo... BE! Trata-se portanto de mais uma enfermeira a "vestir a camisola" vermelha (que pouco abona a favor da enfermagem). Mas então porque ocupa ela o cargo de directora? Como seria de esperar pelo título do post, porque é uma (grande) vendilhona! Vende a preço de saldo quase 2000 enfermeiros (e de forma indireta muitos mais). Esta senhora é conhecida por atitudes para com os seus "colegas" muito pouco dignas e de nenhuma "camaradagem", como seja o desprezo por estes, os insultos a enfermeiros de modo pouco (ou nada) civilizado, em pleno corredor, incluindo a enfermeiros-chefe, é conhecida por expressões como "não gostas manda embora que tenho centenas deles a bater à porta todos os dias" - referindo-se a colegas enfermeiros, e agora em "época de crise económica", gosta de fazer o seu brilharete cortando de forma cega na dotação de enfermeiros por turno, ignorando todas as teorias da motivação (no trabalho); será que não teve Psicologia Organizacional durante o Curso de Administração de Serviços de Enfermagem? Não compreende algo tão simples como o facto dos turnos menos trabalhosos serem uma compensação que ajuda a tolerar (física e psicologicamente) os turnos com verdadeiro trabalho de escravatura e que os enfermeiros olhando para o lado vêem os médicos que apesar de auferirem ordenados bem mais chorudos não são dispensados do trabalho e estão lá a "esfregar as barrigas" toda a manhã por não terem um único doente? Ou resolve tudo mandando embora estes e admitindo mais uns quantos dos que batem à porta (e alguns se calhar até à janela)? E tudo isto em troca de quê? Dos €80.000 anuais? Somando ainda uma Avensis "da empresa", quando ela até é das que menos usa "o carro da empresa", com apenas cerca de 20.000 Km anuais... talvez prefira usar o telemóvel, onde é a mais gastadora (os seus camaradas não devem ser Vodafone).  Assim, em troca de "pouca coisa", prostitui tantos enfermeiros, como se não bastasse a prostituição (de nível menor) que eles já vão cometendo e é destes "paus-mandados" que os governos gostam, por isso vai continuando "no poleiro". Como diz o outro, we are doomed!

13 julho, 2012

A greve de década



...fazer o rescaldo daquela que me parece ter sido a greve mais mediática dos últimos tempos - a greve geral dos médicos. A principal razão desta greve parece-me ser claramente a pretensão da demissão do ministro da saúde, para ir para o seu lugar (mais) um médico e assim terem tudo o que querem, como tem sido regra até agora, daí só agora terem feito greve (em 25 anos!) e sem disponibilidade para negociações antes desta, mesmo perante cedências do ministro. A outra razão serão as condições laborais/salariais; mesmo com o país falido, onde (quase) toda a gente tem de se sacrificar, correndo grandes riscos de ir parar ao desemprego, os médicos decidiram fazer greve porque nas suas horas extra diminuíram de 80 (!!!) para 30€/h (só???). O privilégio desta classe não é segredo nenhum e nem adianta disfarçá-lo, só a certeza de emprego seguro aquando da finalização do curso vale o que vale, mas os inúmeros privilégios não começam só aqui e acabam bem longe. 

Gostei da intenção dos médicos de fazerem os utentes acreditarem que não valia a pena deslocarem-se ás instituições de saúde porque estas não estariam a funcionar (a saúde são médicos, só!) e ainda gostei mais da conivência de alguns enfermeiros que cancelaram as consultas de enfermagem por estas não fazerem sentido sem haver consultas médicas (depois não se podem queixar muito dos 7€/h ou mesmo dos 4); recordo-me de na última greve dos enfermeiros os médicos terem tirado o estetoscópio do pescoço e se terem armado em enfermeiros, furando a greve por pena dos doentinhos (essa desta vez esfumou-se).

A minha última reflexão vai para os serviços mínimos assegurados. Chegou a hora de fazer contas... no meu serviço, turno da manhã:
  - enfermeiros: dia normal, 20; dia de greve, 12 - mínimos: 60%
  - médicos: dia normal, 16 (80 contando com os internos); dia de greve, 1 - mínimos: 6% / 1%
Que conclusões se podem tirar destes números, e destas, quais as acertadas?
Porque é que só são precisos 1 - 6%  dos médicos para realizar os serviços mínimos, quando são precisos 10 - 60 vezes mais enfermeiros? Será que 60% daquilo que os enfermeiros fazem é o mínimo indispensável, enquanto que 94 - 99% do trabalho dos médicos é perfeitamente dispensável? Será que os enfermeiros são assim tão mais eficientes que os médicos? Se alguém conseguir tirar mais alguma conclusão, esteja à vontade para a publicar...



15 abril, 2012

Bio



...um desvio. Foi o primeiro dos seus amigos a ter uma consola de videojogos; começou a descobrir a Internet quando a grande maioria das pessoas não fazia ideia do que isso era (ainda não existia a Google); pirateou CD´s e fazia negócio com eles, usando o dinheiro para comprar mais material informático; conseguia crackar as seguranças de jogos e programas, muitas vezes sem saber bem como; criava programas com comportamento viral nas calculadoras da escola secundária, mesmo sem saber o que era linguagem de programação Assembly; hackeou os e-mails dos professores durante a faculdade; simulava virus nos computadores da faculdade para ter sempre um livre para usar; deixou a faculdade em alvoroço com umas fotografias digitalmente manipuladas que pôs a circular nos computadores; era um jogador de topo nos jogos online e conseguia até ganhar dinheiro com eles; conseguia roubar as contas de jogo dos adversários que mereciam tal; etapa seguinte: formou-se... enfermeiro.

10 fevereiro, 2012

Portugracia



...ficar pissed off com a "burrocracia" que reina em Portugal. Penso que tenho direito a algo, até porque me parece mais que legitimo; vou aos sites dos respetivos organismos públicos... informação vaga e por vezes contraditória, e apontando para meia dúzia de leis; vou ler as leis... estas vão fazendo saltar a leitura apontando de uns artigos para outros e no final de tanta volta chego à conclusão que de concreto nada têm, pelo contrário, transbordam de ambiguidade de modo que posso interpretar de várias maneiras, até contraditórias; telefono para lá ou desloco-me lá para ver se me esclarecem... aconselham-me a ir a outro sítio e nesse sítio dizem-me "não é aqui" e mandam-me para outro sítio e assim vou andando até acabar por voltar ao primeiro; começam por dizer que sim, mas depois dizem-me que não... entretanto "arrisque!"... hum?! Bem, se eles dizem, vamos lá arriscar... olha, afinal tinha mesmo direito, fiz bem arriscar; passado algum tempo, uma carta no correio... olha, afinal não tinha direito e vou ter de devolver tudo; então mas ali o senhor da padaria disse-me que na mesma situação teve direito e tudo,  vou ver o que se passou... "pois, se está na carta, é porque é assim"... "Disseram-lhe? e quem foi?"... eh pá, devia ter guardado o nome das dezenas de pessoas com quem já tinha falado até aqui... "mas se não concorda, reclame"; se calhar é boa ideia, gastar 100 para depois recuperar 10... E pronto, mesmo que até possa ter direito, fico sem nada, apenas com muito tempo gasto, algum dinheiro e dores de cabeça. Assim é este país e sem perspetivas de mudanças (para melhor), viva o chico-espertismo, a sorte, o compadrio, os connects e "as castas".

31 dezembro, 2011

Armagedão


...desejar a todos boas saídas e óptimas entradas no ano que se aproxima. 
Para muitos, surge o temor do "fim do mundo", e para muitos irá certamente ser mesmo "o fim do mundo", grande parte deles acompanhados de perto por um enfermeiro, a quem cabe a tarefa ingrata (?) de ver partir os outros e superar instantaneamente qualquer pensamento triste/angustiante natural na mente de qualquer humano, para que os doentes da enfermaria ao lado não se apercebam de nada e para conseguir manter a sua sanidade mental neste frágil equilíbrio com fronteiras nem sempre bem definidas entre a sanidade e a insanidade, entre a loucura e a genialidade.


Bom ano 2012 !  (e não se esqueça de ser feliz) 

24 dezembro, 2011

Xmas



...desejar a todos e em particular aos que, como eu, vão estar a trabalhar, sem orgulho, boa-vontade, carinho, caridade ou solidariedade, apenas por obrigação profissional, um...

FELIZ NATAL !

11 dezembro, 2011

This one's 4 U!


...(d)escrever uma reflexão tida no Water Closet... Quanto mais falsas são as pessoas, menos eu gosto delas. Sim, já tinha falado disso anteriormente, mas é uma coisa que me irrita deveras e estão sempre a aparecer no meu caminho pessoas destas. Felizmente tenho (a julgar pelo histórico) um boa capacidade para avaliar rapidamente as pessoas e detetar uma pessoa falsa, pelo que assim estas têm azar pois não vou nas suas cantigas, nos elogios, nas falinhas mansas, nos presentinhos e não hesito em demonstrar que "já te topei, vai bater a outra porta". É no entanto engraçado como a maioria das pessoas se deixa levar nestas conversas e nestes presentinhos (envenenados) oferecidos àqueles de quem querem a confiança para daí obterem benefícios. Começam por se mostrar muito humildes e simpáticas com toda a gente, até terem conseguido avaliar quem lhes interessa ludibriar e depois então põem as garras de fora e mostram o seu carácter, mas conseguindo enganar muitas pessoas, pessoas que se julgam muito espertas, mas que acabam por não resistir a tanta adulação e quando dão conta que caíram na teia, é tarde demais. Só é pena não haver um autoclismo que se possa "puxar" para mandar estes excrementos sociais pelo cano abaixo.

14 novembro, 2011

Não acredito nelas, mas...


...escrever o post provavelmente mais curto de sempre. Depois das férias, não só as minhas, apetece-me dizer... "Ele há coisas do Diabo!"

16 outubro, 2011

Volto já


...saborear umas tão ansiadas férias. Aproveitar enquanto há dinheiro para tal... quando não houverem férias, não sei como vou aguentar o trabalho...
Até já!

01 outubro, 2011

Gestão de crise



...ser gerido. Com o hype da crise económica, sobressaem os nossos gestores. Como não podia deixar de ser, os enfermeiros querem sobressair e exibem em primeira linha os seus dotes também de gestores, ou não sejam eles "pau para toda a colher" (estranhamente por vontade própria). "É preciso reduzir 15% nas horas extraordinárias"... todos os outros fogem, escondem-se, fingem-se surdos, cegos e mudos, tentam passar despercebidos para não pagarem a fatura da crise, mas os enfermeiros não, os enfermeiros, solidários como sempre, dão um passo em frente e reduzem, não 15%, mas ainda mais que isso, enquanto os outros esfregam as mãos... se os enfermeiros pagarem a totalidade da fatura, não sobra nada para eles. Pergunto eu se nós não pagámos já o suficiente da fatura ao longo de todos estes anos em que não estamos a ser remunerados de acordo como o nosso grau académico (ainda não descobri se isso não será inconstitucional). É claro que as competências de gestão dos nossos superiores hierárquicos são do mais avançado que existe... é preciso economizar? Corta-se, reduz-se! Eficiência? O que é isso? Se em vez de 5 enfermeiros por turno tivermos só 3, estamos a economizar... quem disse que economizar é difícil?! Depois na próxima reunião de administração já me posso gabar que consegui reduzir mais de 30% nas horas dos enfermeiros, ficando bem visto à custa de escravizar os meus subalternos (colocando em risco da segurança dos doentes) e garantindo o meu lugarzinho na instituição. A esperança de que "a crise" desenvolvesse noções de gestão nos enfermeiros vai-se desvanecendo no meio de tanta trapalhada e passos em falso. Os prestadores de cuidados, sempre preocupados com a economia, usam agulhas de calibre inferior para aspirar ampolas, para conseguirem economizar escassos cêntimos... "é pouco, mas se toda a gente fizer isso isso já dá alguns euros por mês", vê-se que não sabem qual é o orçamento de um hospital e o impacto disso no mesmo, mas o melhor de tudo é que o preço das agulhas até é o mesmo independentemente do calibre. O mesmo enfermeiro, em seguida vai executar um penso, a um doente em fase terminal, com poucas  mais horas de vida e usa material no valor de dezenas de euros (para além de causar desconforto ao moribundo). Querem economizar? Comecem por dar lições de economia ás pessoas, abram-lhes os olhos, chamem-nas à realidade, uma realidade com números com que elas nem sonham.