27 setembro, 2010

Insight


...vivenciar inesperadamente episódios de introspecção. Depois de uns dias de calma, paz e felicidade aproveitados até ao último minuto, arrumo as coisas todas dentro do carro numa correria interrompida por um agricultor desconhecido que passava e na sua calma pergunta: "Já de partida? pois, é preciso começar a trabalhar não é?" Eu respondi afirmativamente enquanto acabei de arrumar as coisas com mais calma, vendo-o desaparecer como apareceu, a pensar na pergunta e na resposta, pensamento que se prolongou pela viagem, que ainda foi longa. Seria mais feliz o agricultor que na sua calma seguia calmamente para o seu trabalho, não porque "tinha de ser", mas porque "podia ser" ou eu na minha correria para trabalhar porque "tinha de ser" apesar de talvez "não poder ser"? Será o trabalho uma parte assim tão importante da nossa vida que se possa sobrepor à família, aos amigos, à saúde (física e mental), à felicidade? Quanto vale a possibilidade de se trabalhar em contacto directo com a natureza, combinando o ritmo desta com o nosso, aproveitando o que ela nos oferece e tentado oferecer-lhe também alguma coisa? Lucrar com o nosso trabalho e não deixar que alguém lucre com ele enquanto nos explora... São opções de vida ou uma questão de oportunidades? Mas quem é que mandou o raio do agricultor com as suas palavras tão simples quanto abaladoras?

18 setembro, 2010

Falta de...


...estar a chegar ao fim de mais umas férias e já a pensar nas próximas. É ao contatar mais com pessoas de outros países que se torna evidente a pobreza do povo português, não (só) a económica, mas a pobreza educacional, a falta de valores (ou os valores incorrectos), a falta de moral, falta de visão, falta de princípios básicos, de sonhos, de respeito pelas pessoas e pelas coisas, por eles próprios, de tanta coisa... não tenho aquele sentimento de patriotismo, mas com pessoas assim, não me sinto culpado por isso. Não é só na enfermagem que existem (muitas) pessoas assim, mas é um problema nacional generalizado e um problema maior ainda é o facto do futuro já estar condenado à partida, pois quem no presente construirá o futuro já está "contaminado" por esta pobreza e assim não sei quando conseguiremos sair do fosso. Existem claro excepções... uns fogem (leia-se emigram), outros ficam por cá e agregam-se em empresas que são uma excepção ás restantes, aquelas empresas que transformam as crises (que levam as outras à falência) em oportunidades para continuar a crescer, ignorando as críticas invejosas dos que queriam os mesmos resultados sem o mesmo trabalho, o mesmo esforço, a mesma visão e inteligência. Existem ainda outros dispersos que não se chegam a agregar, por falta de oportunidade talvez. Mas chega de falar mal dos "tugas", noutra oportunidade falarei mais. Boas férias para quem ainda vai, que por mim é tempo de voltar ao trabalho, com as energias recuperadas, com o bom humor e a paciência de volta, mas com o espírito critico e "aquele borbulhar cá dentro" em alta.

"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atómica: a vontade." (Albert Einstein)

01 setembro, 2010

Férias!


...finalmente gozar as merecidas e desejadas férias. Apesar de quase toda a gente já ter gozado as suas "férias grandes" eu só vou agora, não me deixando demover pelos meios de comunicação social que me invadem constantemente com a mensagem que "as férias já acabaram", ou "o verão chegou ao fim", "de volta ao trabalho"... é triste, mas os enfermeiros não podem gozar (todos) férias em Agosto como as outras pessoas (maioria), mesmo que queiram. É só mais uma desvantagem de ser enfermeiro, mais uma daquelas desvantagens inerentes à profissão mas negligenciada. Espero conseguir recuperar do cansaço... físico e psicológico, restaurar energias, a paciência, a tolerância e bom humor. Boas férias para quem como eu ainda vai de férias e bom trabalho para quem já foi.
Até ao meu regresso!...