... questionar o inquestionável. Os ministros foram apresentados, são pessoas aparentemente competentes com um currículo respeitável e obra feita, mas no meio disto tudo há um problema, um grande problema... para chegar ao lugar que ocupam e para se manter lá, precisam dos votos das pessoas e infelizmente toda a gente pode votar e o voto daquele que procura eleger a pessoa mais competente para governar o país, vale tanto como o voto daquele com interesses mais mesquinhos, mais obscuros, que não se importa de trocar o bem do país e de todos os seus habitantes pelo seu bem individual, por "um tacho", por uma benesse ou apenas por querer que ganhe o seu partido da mesma maneira que quer que ganhe o seu clube de futebol. Sim, eu estou a questionar se o direito de sufrágio devia ser universal, mesmo sabendo que muita gente me chacinaria por isso enquanto me falavam interminavelmente do 25 de Abril. Será que toda a gente tem capacidade reflexiva para acompanhar os conflitos sociais, económicos, jurídicos e filosóficos que o Estado enfrenta e escolher as pessoas mais capazes para o cargo? Será que que todos os eleitores colocam a defesa da sua sociedade e espécie acima do seu bem-estar e sobrevivência? Eu acredito que a resposta a todas estas perguntas, sobretudo em Portugal é um redondo "não"! A consequência disto é que os políticos, que precisam dos votos, têm de ir de encontro à maioria da vontade dos eleitores, sendo que esta nem sempre passa pelo rigor, pela transparência e pela competência. Os eleitores preferem muitas vezes uma mentira bonita a uma verdade feia, preferem um bom marketing a uma transparência, preferem gastar enquanto há do que poupar para o que virá, dizem que estão contra "os tachos", mas todos os querem e se não se houver "jobs for the boys", não há "boys" e não há portanto quem angarie votos. É isto que leva a que se deixe o país na quase bancarrota, para se conseguir os votos que nos permitem ficar lá mais uns anitos, é por isso que se dizem tantas mentiras na política mesmo sabendo que mais tarde ou mais cedo acabam por ser desmascaradas, é por isso que eu suspeito do sucesso (político) deste governo, apesar de estar muito confiante no seu sucesso na recuperação económica (e até social) do país.
E por isso questiono o sufrágio universal e acredito que no futuro este venha a dar lugar a um sufrágio restrito, confirmando a visão de Heinlein em "Starship Troopers".