16 outubro, 2011

Volto já


...saborear umas tão ansiadas férias. Aproveitar enquanto há dinheiro para tal... quando não houverem férias, não sei como vou aguentar o trabalho...
Até já!

01 outubro, 2011

Gestão de crise



...ser gerido. Com o hype da crise económica, sobressaem os nossos gestores. Como não podia deixar de ser, os enfermeiros querem sobressair e exibem em primeira linha os seus dotes também de gestores, ou não sejam eles "pau para toda a colher" (estranhamente por vontade própria). "É preciso reduzir 15% nas horas extraordinárias"... todos os outros fogem, escondem-se, fingem-se surdos, cegos e mudos, tentam passar despercebidos para não pagarem a fatura da crise, mas os enfermeiros não, os enfermeiros, solidários como sempre, dão um passo em frente e reduzem, não 15%, mas ainda mais que isso, enquanto os outros esfregam as mãos... se os enfermeiros pagarem a totalidade da fatura, não sobra nada para eles. Pergunto eu se nós não pagámos já o suficiente da fatura ao longo de todos estes anos em que não estamos a ser remunerados de acordo como o nosso grau académico (ainda não descobri se isso não será inconstitucional). É claro que as competências de gestão dos nossos superiores hierárquicos são do mais avançado que existe... é preciso economizar? Corta-se, reduz-se! Eficiência? O que é isso? Se em vez de 5 enfermeiros por turno tivermos só 3, estamos a economizar... quem disse que economizar é difícil?! Depois na próxima reunião de administração já me posso gabar que consegui reduzir mais de 30% nas horas dos enfermeiros, ficando bem visto à custa de escravizar os meus subalternos (colocando em risco da segurança dos doentes) e garantindo o meu lugarzinho na instituição. A esperança de que "a crise" desenvolvesse noções de gestão nos enfermeiros vai-se desvanecendo no meio de tanta trapalhada e passos em falso. Os prestadores de cuidados, sempre preocupados com a economia, usam agulhas de calibre inferior para aspirar ampolas, para conseguirem economizar escassos cêntimos... "é pouco, mas se toda a gente fizer isso isso já dá alguns euros por mês", vê-se que não sabem qual é o orçamento de um hospital e o impacto disso no mesmo, mas o melhor de tudo é que o preço das agulhas até é o mesmo independentemente do calibre. O mesmo enfermeiro, em seguida vai executar um penso, a um doente em fase terminal, com poucas  mais horas de vida e usa material no valor de dezenas de euros (para além de causar desconforto ao moribundo). Querem economizar? Comecem por dar lições de economia ás pessoas, abram-lhes os olhos, chamem-nas à realidade, uma realidade com números com que elas nem sonham.