13 janeiro, 2010

Aprender com a história



...ser filho de uma mãe. Este post surge na sequência do anterior sobre o cuidar, que é portanto a verdadeira essência da enfermagem. Florence Nightingale, mãe da enfermagem moderna foi portanto a primeira grande cuidadora? Sim e não. No sentido mais restrito, enquanto "relação interpessoal", não terá acrescentado nada de significativo à enfermagem. Num sentido mais lato, de apoio "no decurso de processos de transição" (onde na verdade se pode incluir tanta coisa) foi no entanto revolucionária. Quais foram então os seus contributos tão revolucionários? O primeiro terá sido uma melhoria do tratamento médico, sobretudo com a assépsia nos tratamentos efectuados como forma de reduzir a mortalidade dos feridos (Guerra da Crimeia), facto comprovado com a análise estatística dos dados, que obtinha e organizava, apresentando-os posteriormente em forma de gráficos (de forma revolucionária), sendo esta uma das suas principais "armas"; por fim, deu ainda início à formação das enfermeiras. Eu concluo portanto, que a enfermagem moderna surgiu então quando Nightingale acrescentou algo ao cuidar (no sentido restrito), quando melhorou o tratamento dos feridos, quando inseriu a estatística "nos tratamentos" e deu inicio à formação, quando trouxe ciência para a enfermagem. Sinto que actualmente existem muitos "defensores do cuidar" que querem fazer esquecer Nightingale e querem voltar para uma enfermagem de caridade e compaixão (científica?) para com o próximo, de apoio moral e não de tratamento; num próximo post, reflectirei sobre as consequências de seguir tal caminho.


3 comentários:

Sara disse...

Sem dúvida que o amor pelo próximo, a compaixão, o "gostar de pessoas" e etc não nos vão conduzir a lado nenhum...quer dizer até podem, mas lá está....só se for para nos fazerem recuar mesmo muito.
Acredito que a relação enfermeiro-doente, enfermeiro-enfermeiro, enfermeiro-equipa multidisciplinar, são fundamentais mas quando a isso acrescentamos uma outra grande parcela que passa pela formação adequada (a todos os níveis, licenciatura, pos-graduação, especialidades, mestrados, doutoramentos, pelo conhecimento teórico-prático com base científica (porque enfermagem é uma ciência, não é caridade), pela evolução da nossa área de intervenção como já vemos acontecer noutros paises. Claro que aí aparece mais responsabilidade, mas quem souber o que faz, realmente, não tem que ter medo de nada. Digo eu.

No entanto, embora algum caminho esteja melhor delineado, penso que um dos grandes problemas continua a ser a motivação.
Motivação para crescer profissionalmente e gastar o próprio dinheiro nessa formação (que não é tao barata quanto isso)e o tempo quando depois não há o devido reconhecimento? Na conferência em Lisbo apresentaram dados que dizem que os empregadores continuam a referir enfermeiros generalistas e consideram que a formação não é assim tão necessária...
E isto é so um exemplo. Claro que compreende mais essa realidade do que eu.


Sara Correia

vidairada disse...

mais uma vez parabens pelo sentido de oportunidade com que nos espicaça de vez em quando, e essa foto é do belissimo castelo de bragança não é? de onde sopram ventos frios vindos de espanha...

LProlog disse...

É do castelo (ou da Torre de Menagem) de Chaves, de onde também sopram os ventos frios de Espanha...