24 janeiro, 2011

Ece Enphermeiro


...não saber escrever nem falar. Sendo um problema mais ou menos generalizado atualmente, parece-me que atinge os enfermeiros de uma forma mais acentuada do que seria esperado/desejável, até pela importância que os registos assumem na nossa profissão, e não estou a falar de pequenos erros, de confusões com o acordo ortográfico (que por vezes até a mim me confunde), mas sim de graves erros ortográficos e gramaticais, daqueles capazes de alterar completamente o significado de uma frase ou de a tornar incompressível. Deviam-se ensinar os enfermeiros a falar e a escrever português correto, em vez de se lhes impingir diátipos que ninguém entende, nem os próprios enfermeiros, porque até acabam por chocar com a língua portuguesa, fruto das traduções (dizem eles). Para disfarçar esta lacuna, obrigam os enfermeiros a "clicar em bolinhas", assim não há erros... confesso que esta restrição aos meus registos, esta forma de censura muito me desagrada, pois para a responsabilidade dos mesmos me ser atribuída, diz a filosofia que obrigatoriamente também tem de me ser atribuída a liberdade na execução dos mesmos. Esta solução falaciosa não impede os enfermeiros de fazerem "figuras tristes" nos diálogos com os familiares dos doentes e com outros profissionais, momentos que me fizeram sentir vergonha pela degradação da imagem da nossa profissão que esses colegas conseguem a cada dia. Para quem não percebe a importância daquilo que eu estou a dizer, deixo um exemplo daquilo que a (simples) pontuação pode fazer:

Acabem-se com os enfermeiros! Não precisamos deles.

E agora:

Acabem-se com os enfermeiros? Não! Precisamos deles.

Como vêem, não saber escrever "pode acabar" com os enfermeiros...

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