27 abril, 2011

Desbloqueadores de conversa


...subir e descer... de elevador (que as escadas fazem mal ás articulações). Os elevadores proprocionam momentos interessantes de uma intimidade pouco íntima (ou não). Um "chama o elevador", os outros ficam à espera, mas há sempre alguém que não confia na luz do botão já acesa e volta a carregar ("pode ser que me conheça pelo toque e venha mais depressa"); o elevador chega e a porta abre-se, toca a entrar antes que a porta feche. As pessoas vão começando a carregar no botão do piso pretendido à medida que entram... há sempre aqueles que ficam á espera que todos carreguem ("pode ser que alguém vá para o mesmo piso que eu e assim já não preciso de conspurcar o meu dedo a carregar no botão"); quem já está no elevador observa o piso seleccionado pelos outros para tentar adivinhar para onde vai e/ou que vai fazer; o elevador pára num piso que ninguém pretendia, abre-se a porta e alguém do outro lado pergunta "Vai descer?" -"Não, vai subir, alguém responde dentro do elevador" -"Ah, não faz mal, subo e depois desço, já cá fico" e assim atrasa mais um bocado a viagem. Trocam-se olhares e o elevador cheio provoca invasões do espaço pessoal, alguém invade aquele perímetro de meio metro e faz-nos sentir desconforatveis mesmo sem nos tocar. As pessoas vão saindo e o elevador vai ficando vazio, criando momentos constragedores em quem lá fica; olha-se para os números do piso "a subir" devagar, olha-se para o nome que alguém escreveu no teto do elevador, olha-se para o espelho e assim vai-se espeitando a outra pessoa ("oopss, que ela deu conta que eu a estava a observar pelo espelho"). Toda a gente sai menos nós, que vamos mesmo para o último piso ("o que fica no último piso? Onde vai este de gelado na mão?"). A porta abre-se no último piso e nós saímos, mesmo a tempo de ver o pôr-do-sol, quase a conseguir ver o "brilho verde" enquanto saboreamos o nosso gelado cremoso, retemperando alguma energia

2 comentários:

Sant'Iago disse...

demais. não estava nada à espera deste :D
o nome lá escrito, o gelado, o pôr do sol, a maca. lembras-te da maca?
que enormes momentos se levam destes anos.


ps: 'subo e depois desço, já cá fico' :D

caramba, é por isto. vamos abrir uma empresa...

rmsc disse...

Muito bom!