19 novembro, 2009

Prenda de Natal antecipada




...não ter Natal. Já tive conhecimento do "horário das festas 2009"; vou ficar (outra vez) sem Natal. Fazer tarde a 24 e tarde a 25 impede-me de jantar com a minha família no dia 24 e de almoçar com ela no dia 25 por esta se encontrar relativamente longe, mas... hei! Tens o Ano Novo livre!!! Que bom... só é pena que a passagem de ano não tenha qualquer significado para mim... festejos há muitos, festas com a família junta (para mim) não. E o que recebo eu em troca, como consolação? Um ordenado base como nos outros meses, que não reflecte a minha licenciatura, ao contrário de todos os outros profissionais licenciados; como este ano não faço a noite em si, nem aos pobres suplementos (iguais aos de qualquer outra noite) tenho direito. Sinceramente, o simples facto de saber que posso tornar melhor o Natal de outras pessoas não compensa a minha perda (do Natal), quando (quase) toda a gente está a viver um dia(/noite) tão especial junto dos seus familiares, a celebrar como só se faz uma vez no ano, com troca de prendas, de afectos e com iguarias que não se comem no resto do ano, ou pelo menos não têm definitivamente o mesmo sabor. As montras enfeitadas com pinheiros de Natal e bonecos-de-neve não nos fazem lembrar o Natal, mas o hospital, a publicidade aos brinquedos, aos perfumes, aos bombons e ao uísque não nos fazem lembrar as prendas mas o trabalho, os normais votos de "boas festas!" são substituídos por votos de "uma noite de trabalho sem percalços" e o "jantar de Natal do serviço" da praxe torna-se uma mostra do que vamos perder. É isto que é ser enfermeiro; se eu não sabia disso quando optei por este caminho? Sim, sabia, mas não sabia era que tal sacrifício era tão desprezado pelos demais.

5 comentários:

Anónimo disse...

AS chefias aqui também podem tentar fazer um horário à medida dos desejos da equipa.
No meu serviço a equipa divide-se em dois e cada elemento pode escolher se quer gozar o Natal ou o Ano Novo, normalmente não há problemas e sem grandes conflitos consegue-se que cada um goze a data de que mais gosta.
Emília

Anónimo disse...

Como te compreendo...
Noutro dia, numa conversa de café com amigos (não relacionados com a saúde) constatei que ninguém tem noção do nosso trabalho e do desgaste que ele implica, ninguém têm noção do que é trabalhar quando quase ninguém trabalha e ter uma remuneração que em nada ajuda... aliás a mente popular julga que ganhamos muitíssimo, dormimos a noite toda no serviço e jogamos ás cartas , e eu penso: no meu serviço não é nada assim!!!! Tenho a maioria dos turnos de pôr os cabelos em pé, chego a casa e reflito que o que fiz não foram cuidados de enfermagem, foram tarefas!!!! porque somos tão poucos, que apenas assim funciona!!!!
estou muito triste com a nossa profissão....

SM disse...

É por isso que eu me voluntariei para fazer tarde noite na passagem de ano

Anónimo disse...

Cada um têm o que merece!

LProlog disse...

@ anónimo (19:40)
Isso não é verdade, pois caso contrário, quem não sabe escrever, não poderia publicar comentários, o que não foi o caso (não é "têm", mas sim "tem" - singular/plural, got it?