31 outubro, 2009

Atchimmm!!!



...ser cobaia. Penso que seria inadmissível não dedicar um post à gripe A e à adesão (ou não) por parte dos enfermeiros à polémica Pandemrix, uma vez que até um "bastordinário" de uma Ordem que não a dos enfermeiros "mandou  bitaites" sobre o assunto (que não lhe dizia respeito). Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que os enfermeiros não são considerados grupo prioritário por serem um grupo de risco pela maior probabilidade de contacto com o vírus, mas sim por serem necessário em caso de (verdadeira) pandemia, ou seja, não é para a sua protecção pessoal mas para a protecção da mão-de-obra; não querem saber dos nossos riscos laborais mas do nosso trabalho (barato), colegas desenganem-se! Podia dissertar sobre o verdadeiro risco da gripe A e os números da mortalidade, comparados com outras doenças, incluindo a gripe sazonal, mas penso que já serão do conhecimento geral. Passando então à Pandemrix, uma vacina comercializada pela GlaxoSmithKline, que misteriosamente deixou de poder ser consultada no site da mesma, não é considerada segura por todos os organismos. Segundo o Infarmed, foi "estabelecida a relação benefício-risco e o benefício foi considerado superior ao risco" pela Agência Europeia do Medicamento. Esta vacina não foi aprovada pelos Estados Unidos por conter substâncias na sua composição que podem alegadamente causar danos à saúde, a Suiça impõe restrições à toma da mesma e os políticos alemães optaram por tomar antes a Cevalpan (da Baxter) - será que os nosso estão a fazer o mesmo "ás escondidas"? Penso no entanto que a relutância dos enfermeiros não está tanto nos riscos conhecidos da vacina, pela sua constituição, mas como frisa Rui Nunes, porque "sabem que não há ainda resultados verdadeiramente sólidos que permitam determinar com clareza se a pessoa deve ser vacinada". Os enfermeiros sabem que o tempo que demora a desenvolver e comercializar qualquer medicamento é normalmente muito superior ao que foi despendido nestas vacinas. Os enfermeiros sabem que ainda decorre o período experimental das vacinas e que na verdade servirão de cobaias. Os enfermeiros sabem que se vão sujeitar aos riscos do tiomersal para que se possa utilizar o sistema da multidose e do escaleno para reduzir o tempo da cultura de vírus inactivos, para que a produção do medicamento satisfaça a procura em menos tempo de produção e aumente exponencialmente os lucros das respectivas farmacêuticas como se tem vindo a verificar (por exemplo, valores de 27 dólares em Março deste ano para 42 dólares actualmente, por acção da GSK) . Os enfermeiros sabem que são pressionados a correr estes riscos para diminuir os riscos de contágio da restante população. Os enfermeiros sabem, e Pedro Nunes, não sabe? Então a ignorância é dele! Pelos vistos os seus colegas também sabem e seguem o mesmo caminho dos enfermeiros e já agora, da maioria das restantes pessoas consideradas como grupos prioritário, incluindo os deputados. Eu pessoalmente, não estou disposto a servir de cobaia e arriscar a minha saúde pela saúde dos meus clientes/utentes/doentes - o meu altruísmo não chega a tanto e julgo ter tanto direito a uns dias "de baixa" com uma gripe como qualquer outro profissional (sarcasmo) e apenas pelo maior risco de contacto com o vírus e para evitar contagiar os meus familiares pondero correr os riscos e ser vacinado.

2 comentários:

Rui disse...

Muitos parabens pelo seu blog.
Gostei imenso

LProlog disse...

Agradeço a visita e o comentário. Prometo continuar, sempre pragmático, a dizer o que muitos pensam mas receiam dizer, a provocar certezas e não a desfazer dúvidas, como dizia o outro "porque a mim ninguém me cala!".